sábado, 30 de outubro de 2010

Todos os caminhos se encontram

Fabiano S. da Silva, Barimar, Rio das Ostras, 24/10/2010
Música, dança, poesia
Meu corpo pede o teu
meus olhos na lua
meu corpo insinua
velhos passos
caminham
se cruzam
quem sou eu?
Findo a noite.
Você vem?
Nenhuma resposta
nenhuma palavra.
O corpo preenche
o buraco do caminho.
Frases, vontade, desejo
adormecem lentamente
em qualquer lugar.
"Ontem foi fácil",
o hoje dói
e o amanhã talvez.
Talvez te encontre.
Talvez a música
peça teu corpo
pra dançar,
mesmo que seja tarde,
mesmo que seja noite,
haverá tempo
para o açoite,
haverá tempo
para nossas volúpias.

F.S.S.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cantar Poesia


Cantar poesia


O que eu queria!

Assoprar
o meu barco a vela.
Velejar teu riso
Sorrir teu olhos!
Me perder em teu universo
fazer diverso
o nosso caminho.
Não estou longe de ti!
Abra teus olhos
acorda teu ser no meu!
Assopro teu barco a vela.
Vejo em ti minha alma
aberta a tua espera!
Veja pela janela:
Estou tão perto
e já não posso mais partir.
Oh, meu Deus!
Como queria
cantar tua poesia!

F.S.S.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Final de Semana

Fabiano Soares da Silva, outubro de 2010


Como é grande a dor
se eu sentisse alguma coisa
mas já não tenho alma
já não tenho amor
abri minha boca
abri meu peito
na tua faca
na tua palavra
e plantei a última semente
mas tudo é de repente
foi assim que tu vieste
arrancou meu siso
arrancou meu riso
e com os pés descalços
me precipito
à beira do precipício.
e neste momento
não há mais caminhos
não há mais tormento
não há mais flores
nem há mais espinhos.
mesmo assim
guardo toda semente
dos meus sonhos de menino.

F.S.S.







Ausência

De repente, os espinhos
Não ferem mais e as rosas
Não exalam o perfume
Contido em seus sonhos
E de repente não existem.
Nem de repente.
E a mãe engole o sol
E dar-à-luz
E a luz condensa-se e apaga
No terceiro pôr-de-sol da vida
E a noite posta
Na soleira do esquecimento
Lembra e se perde
Entre um de repente
E outro, no jardim
Que o mundo não viu.

F.S.S.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O lugar da palavra, o lugar da vida

Fotografia: Fabiano Soares da Silva, Casimiro de Abreu, RJ, 2006



"Carinho desmedido".
- Você me disse.
Há uma centena de pássaros 
em revoada.
Há uma centena de passos 
na caminhada.
Há uma dor de cabeça,
que não seja eu
tua solidão.
O coração
é puro descomportamento.
Assopro teu nome no vento
mas é longe o caminho.
Alguma coisa está preste ao fim:
A solidão derradeira,
a tristeza de todos os dias,
a alegria da noite inteira,
a felicidade das manhãs.
Há apenas uma loucura nisso tudo.
A sensatez de medir todas as palavras
e não viver porque se está em dúvida.
e não viver por não saber o que se quer
e não viver porque a vida é curta.

F.S.S.

domingo, 10 de outubro de 2010

Um Lugar no Coração

Fotografia: Fabiano Soares da Silva, paisagem de N. da Serra
As noites em claro
Sem o brilho do teu olhar
Apenas revelaram o quanto
é solitário e vazio
o contorno do rosto
ao contemplar a mais bela paisagem.
Estou tão perto de ti
E já não quero mais partir.

F.S.S.

sábado, 2 de outubro de 2010

Farol de São Tomé

Fotografia: Rosilene Jorge dos Ramos
Haverá sempre um farol
seja aqui,
seja em qualquer lugar
para iluminar,
quando a noite chegar
e o inverno partir,
para teu sorriso expandir.
A luz do sol por um triz
não brilha mais que teus olhos.
Súplicas de quem não quer mais nada
que apenas ser feliz.
Mas quando a noite chegar
e à deriva o pensar,
devagarzinho se aproximar,
haverá sempre um farol
de braços aberto a te dar
o porto seguro.

Fabiano Soares da Silva