sábado, 9 de julho de 2011

Um voo sem norte

milagre
são teus olhos nascer o dia
mesmo que a noite me envolva
na solidão das meias palavras,
silêncio de teus lábios
borboletas se escondem
sempre a espreita
do carcereiro que trará a chave da primavera
não pudera eu amar
nem hoje nem nunca
se do amor
a metade me restar
teu invólucro cresce
mesmo tendo aprendido
o caminho dos ventos
o deslimite que os céus te impõem
hoje a noite é lenta
arrasta todo peso do dia
não há adeus nem deus em tuas asas
ecoa teu voo sem norte
desafio da morte
lamento dos vivos.