sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Poesias de Blue Butterfly


EU NÃO consegui dormir esta noite.
O ar estava quente,
e a cama cheia de espinhos.
E, mesmo com o som alto do ventilador,
ouvi alguém me chamar.
Era você me chamando?
Não sou uma pessoa de insônia,
Sou uma pessoa de sono e sonhos.
Onde foi parar meu sono?
Onde foi parar meus sonhos?
Onde foi parar meu disco voador?
Hoje eu quero dormir,
mas ainda ouço sua voz me chamando.

Blue Butterfly


Felicitações

Quero que alegre-se
Desejo ver alegria no teu rosto...
É bom ver um rosto alegre
Mesmo que só sejam os olhos vendo.
Só olhos.
Entende?

Há sempre uma parte de mim
que me vê e vê a outros alegres
mas não se alegra
não por ser triste, amarga, frustrada ou reprimida
É uma parte que só observa,
Só observa.
Tenho tantas partes.
Essa parece oca.
Tenho outra que se alegra
toda vez que te vê.

Blue Butterfly

Espera

Te esperei por tantas vezes
Foram dias por te esperar
Tantos domingos,
Tantas tardes,
andando sem sair do lugar
O ar sufoca
quem espera,
a quem o corpo deseja,
a quem no corpo tem chama.

Te esperei por tantas vezes.
Por tantas vezes,
rolei sozinha na cama.
Não se pode me deixar só.
Meu corpo inflama,
minha cabeça sofre,
minhas mãos sentem raiva,
meu grito me sufoca
e o vazio que tenho por dentro
quer me tomar.
Já lutou contra o vazio?

Tenho em mim uma ânsia de pernas,
Um desejo louco de me afogar no ar,
Não me deixe só,
Não me deixe a espera...
Preciso amar.

Blue Butterfly

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Hoje a noite estou só

Meu coração
lateja
como uma bomba
prestes a explodir.
Vou morrer
junto ao meu inimigo.
Sou quimera, utopia.
Minha boca dormente
Grita!
Vozes não escolhem caminhos!
Valsam minhas ideias
nesse redemoinho de coisas certas.
Sou cachorro vadio,
sem nenhuma pretensão,
sem companhia,
sem abrigo dos teus braços!
Teimoso é meu coração
e ainda pulsa
depois do dia perder sua força,
depois das horas mortas a espera
da primavera,
depois de longas noites em claro.
Ainda tenho um coração
latejante e dormente.
Mas ele não para,
é teimoso,
não morre! Não explode!
Não morre, não mata,
lateja sem parar!

Um Arco Íris no Verão

Fotografia: F.S.S., "Entre o norte do Rio e no norte de São Paulo"
Arco Íris

De um só lugar
Tudo parece tão longe
Só os amigos presentes
Brotam flores coloridas!
Não vou me enganar,
Não se preocupe morena!
A vida desdobra-se em curvas, palavras e gestos
Eu estou aqui.
E você está ai.
Dois pontos tão perto
De um mesmo olhar.
Tuas maçãs, teus cachos...
Teu sorriso!
Oh! Caxemira!
Veja a nascente que brota neste caminho!
Esta é minha quimera,
E sem ela
Não posso ser
Nem o poeta
Nem a pessoa que passa!
Já é tarde.
Não há mais tempo para conselhos sensatos!
Quero um mundo sem fronteiras
Sem limite onde a geografia
Seja os passos,
Um pedaço de gente,
Um brilho no espaço sideral.

F.S.S.